O Partido Democrata de Joe Biden acabou vencendo a disputa nesta quarta-feira (6) para tomar o controle do Senado dos Estados Unidos neste segundo turno na Geórgia, que acontece algumas horas antes de o Congresso se certificar da vitória do novo presidente eleito em cima de Donald Trump.
Primeiramente, a vitória do reverendo Raphael Warnock, que já estava na expectativa da mídia americana, aconteceu após uma campanha exaustiva de segundo turno de nove semanas e gerou uma expectativa sobre a outra corrida pela última cadeira no Senado, que está quase sendo levada por Jon Ossoff.
Com 86% dos votos apurados, os dois candidatos republicanos estavam à frente na disputa para o Senado dos EUA, no qual Kelly Loeffler, até então atual senadora republicana, tinha uma vantagem de quase 53 mil votos e David Perdue uma vantagem de pouco mais de 80 mil votos.
Warnock, 51, fez história assumindo como o terceiro afro-americano a ganhar uma cadeira no Senado vindo do sul. Ele derrotou Kelly Loeffler, uma mulher de negócios de 50 anos indicada para o Senado em dezembro de 2019.
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Na segunda disputa, o gerente de campanha do democrata Jon Ossoff dizia em seu comunicado que, uma vez que todos os votos sejam contados, eles esperariam plenamente que Ossoff derrotaria seu oponente republicano, mas ao final, isso não é o que está acontecendo.
Quando se teve 97% dos votos contados Ossoff ficou com uma vantagem de 0,22%, o que por fim levaria a vencer a segunda disputa pelo Senado americano, com o auxílio de votos que vieram de regiões que apresentavam tendência democrata, como em Atlanta. Agora a vantagem é de 16 mil votos e se encaminha para o final que já deve confirmar sua vitória.
Com o presidente eleito Joe Biden, maioria na Câmara e no Senado, essa edição da eleição americana acaba sendo histórica e incrivelmente favorável aos democratas, que poderiam ter o caminho facilitado para a governança do país de maneira geral, com uma objeção minoritária da oposição.
Com o controle dos democratas, as expectativas do mercado financeiro é que haja a possibilidade de pacotes financeiros e ajuda econômica mais elevados em relação à minimização dos efeitos da pandemia.
Outras políticas que devem estar na pauta dos EUA é a vontade maior do país a partir de agora de taxar grandes corporações, principalmente as big techs, com o aumento de imposições regulatórias e de políticas antitruste.
As objeções de Trump e republicanos a Biden continuam
Com a derrota dos republicanos na segunda corrida pela cadeira no senado, caracterizou-se um desastre político para a oposição de Biden, algumas horas antes do momento em que Trump deve assistir ao Congresso certificar a vitória concedida pelo Colégio Eleitoral ao novo presidente aliado dos Democratas.
Quanto à insistência de Trump e os republicanos em torno do discurso de fraude nas eleições e a não aceitação da posse de Biden, cerca de 12 senadores e vários outros republicanos sinalizaram que tentarão bloquear a certificação do voto.
Mesmo assim, a força republicana apresenta agora presença escassa tanto na Câmara quanto no Senado, o que deve trazer muita dificuldade a Trump e aos republicanos de barrar a certificação de Biden, que deve se confirmar neste dia 6 de janeiro de 2021.
Os resultados obtidos acabaram sendo uma grande mudança no cenário político para o Partido Republicano, já que um estado do sul que havia sido favorável aos republicanos há duas décadas, acabou auxiliando inclusive na vitória de Biden à presidência.
Trump estaria planejando organizar uma manifestação aos arredores da Casa Branca em protesto contra a certificação de Biden, apoiado por centenas de pessoas, que estariam reunidos no centro da cidade em meio a uma forte presença da polícia.
Trump reitera que se “rejeite eleitos escolhidos de forma fraudulenta” enquanto dezenas de republicanos da Câmara e 12 republicanos do Senado já disseram que vão levantar objeções à certificação de Biden durante o dia de hoje, as tensões nesta discussão podem aumentar.
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