Após votação realizada pelo comitê de política monetária do Banco Central, decidiu-se pela manutenção dos juros de 0,1% na Inglaterra. A votação se deu de forma unânime e manteve a maior baixa de juros na história do país. No início da pandemia, essa taxa era de 0,75% e foi gradativamente diminuindo até chegar ao seu menor valor histórico que é o que temos atualmente.
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Vale lembrar que essa decisão acontece num contexto na qual um dia antes o Brasil e os EUA decidirem pela manutenção das suas taxas de juros. Nos EUA a manutenção de juro quase zerado (entre 0% e 0,25% ao ano) decidido pelo FED, frente aos 2% da taxa Selic no Brasil.
Uma decisão importante dessa reunião na Inglaterra foi também a manutenção do programa de afrouxamento quantitativo (QE), que já injetou 745 bilhões de libras na economia bretã. As decisões e declarações estabelecidas têm como base não só o que se espera do país nos próximos meses, mas também dos índices que já se tem atualmente.
Uma questão que compõe as incertezas da economia inglesa no futuro, temos, dentro outros fatores, os desacordos ocorridos entre o Reino Unido e a Europa Ocidental, tendo a possibilidade de desenvolvimento e a ocorrência do Brexit a partir de janeiro.
Ao mesmo tempo, viu-se uma grande recessão econômica do país durante a pandemia, aliado uma nova onda de casos Covid-19, que acabaram fazendo com que a Inglaterra precisasse retornar a atenção para novas medidas de isolamento e de prevenção ao coronavírus, dentro destas, alguns bloqueios pontuais de certas localidades.
Embora no último mês a economia inglesa tenha visto alguma melhora, as incertezas da nova onda de casos da Covid-19 trouxeram mais dúvidas quanto aos níveis de emprego, inflação, renda e como se dará a produtividade do país nos próximos meses.
O previsto pelo Banco da Inglaterra é primariamente conseguir a manutenção da meta de 2% de inflação anaul, ao passo que qualquer alteração no que foi decidido nesta última reunião se dará justamente no andamento convergente a esse objetivo, bem diferente do que tem sido visto, porque em agosto a inflação acabou em 0,2%, muito menor que a meta.
Outro fator bastante importante apresentado pelo comitê, é que já se cogita o estudo e a viabilidade da introdução de juros negativos no país, caso tenha necessidade, conforme os dados futuros de inflação.
A reunião que decidiu a medida foi realizada na última quinta-feira (17) e ganhou grande repercussão no mercado financeiro. Com a ideia e a possibilidade de juros negativos, proposto pelo comitê, ocorreu uma queda da libra esterlina em relação ao dólar americano no mesmo dia.
O estudo de juros negativos tem sido bastante acompanhado frente as suas vantagens ou não ao longo dos anos em detrimento as condições atuais da economia. Outra questão que está sendo vista é a forma como isso poderia ser implementado, consultando-se assim, órgãos e agências reguladoras para se saber a respeito, levando em conta de como se dará a economia o último trimestre deste ano.
Vale ressaltar que embora haja muitas possibilidades, algumas delas sendo um mais cogitadas e de maior probabilidade de acontecer como afirma o Banco da Inglaterra, é muito difícil prever de fato quais decisões econômicas serão realmente colocadas em prática até 2021, dado que o momento atual é de grande incerteza, o que acaba influenciando na decisão de ter mais medidas pontuais do que propriamente planejamentos econômicos futuros colocados em prática.